sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Crescer sem desenvolver? Atitudes complexas!

Lennon Pereira

Os países latino-americanos, em sua maioria, almejam se desenvolverem e tornarem-se competitivos e detentores de economias estáveis. Entretanto, apesar dos diversos esforços que estes países fazem para conquistar este objetivo, há sempre um empecilho que atormenta não só a relações comerciais destes, mas sim o que há de mais importante, a qualidade de vida das populações que os habitam.


De acordo ao relatório Redução da Pobreza e Crescimento: Círculos Virtuoso e Vicioso em que relata as dificuldades de crescimento da América Latina,fica nítido que a pobreza e as baixas condições de vida influenciam diretamente nas relações comerciais e na economia. Falta de infraestrutura, miséria, fome e baixa escolaridade são fatores que agravam ainda mais a situação econômica dos países latinos.


Para se planejar um alavancamento da economia, primeiramente é necessário mexer na base, no alicerce da estrutura. Não há indústria que queira se instalar em locais com infraestrutura precária, na qual as estradas estão esburacadas e não se tem um bom recurso de escoamento da produção. Por outro lado, também não há empresas que se interessem em suprir déficites educacionais (exceto em casos “omissos” em que estas levam alguma vantagem), sendo que estas obrigações são do governo local.


Um dos graves problemas encontrados nos países latino-americanos é a falta de planejamento eficaz e estável. Os governos geralmente buscam solucionar o problema da miséria e da fome com distribuição de cestas básicas e programas de incentivo financeiro às famílias. Entretanto, na verdade o que há é uma tentativa de jogar para baixo do tapete a sujeira e tentar empurrar com a barriga o problema ao invés de enfrentá-lo de frente.


Esta miopia forçada que os governos praticam reflete justamente na demora de crescimento da economia. As nações querem um milagre divino que intervenha nas relações econômicas e as façam prosperar.


Baseando-se na situação brasileira, é nítido que o país precisa de “muitos” investimentos na infraestrutura (há BR’s com enormes crateras que colocam em risco a saúde dos motoristas e ocasionam prejuízos diversos), na saúde, pois sem esta não há trabalhador e se não tiver um trabalhador saudável, consequentimente não haverá giro da economia. Um fator extremamente importante também é falta de educação básica e profissionalizante de qualidade para suprir as necessidades do mercado. O que está ocorrendo no Brasil são empresas se instalando no país e tendo que qualificar sua mão de obra. Estes déficits influenciam diretamente nas relações de comércio, e principalmente nas internacionais, na qual há uma geração de maus conceitos que acabam descredibilizando as nações que os praticam.


Para que os países latino-americanos tentem se fixar no mercado internacional e consolidar suas economias, é preciso primeiramente que estes procurem reavaliar e preparar seus cenários para as eventuais mudanças que venham a ocorrer. Não adianta propor acordos chamativos a diversas multinacionais sendo que não há uma estrutura mínima para receber as instalações destas. É preciso traçar-se um planejamento concreto e realista, que busque não só o lucro, a movimentação monetária, mas sim que preocupe- se com uma solução para os déficits já existentes, pois solucionando-se estes, já se tem um bom caminho andado, uma vez que estes estão intimamente ligados ao sucesso da economia, que só fluirá com a plena harmonia entre as boas condições política-sócio-econômica.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A antiga balinha de açúcar que virou fero¹

Lennon Ramos Pereira

O Iraque é aqui. Esta não é mais uma metáfora preconceituosa ou só o título da canção magnífica interpretada pelo cantor Jorge Aragão. Esta consiste no relato da real situação em que vivemos. Antes temíamos a disseminação de CFC’s na atmosfera, que por sua vez ocasiona a chuva ácida; hoje tememos as “simples” confraternizações humanas, que ocasionam a chuva de balas.

Em pleno réveillon, costumamos acompanhar as comemorações com esperança de um ano novo repleto de felicidades e que o mundo melhore. Porém, o que na verdade pode acontecer se resolvermos ao menos ir a praia é não iniciarmos o ano novo, mas sim finalizarmos a vida velha.

Como evidenciado na reportagem da revista Veja: “NÃO ERAM SÓ FOGOS”, o grande dilema que vivemos hoje é o da sensação de aprisionamento, de reféns de uma realidade de violência e impunidade, na qual “fulano” tem uma arma que funciona como entretenimento, sem nenhuma objeção.

O que antes era presenciado como confraternizações militares, hoje é a evidência do poder das organizações ilícitas que dominam a margem da sociedade, ou até se pode afirmar: que dominam a chamada “nata”; produto que fica sobre o leite, mas que na nossa realidade, refere-se ao líquido estragado.

As “grandes” autoridades passaram da posição de dominadores para dominados. Como na velha teoria da cadeia alimentar, a águia come a cobra que come o rato, e assim se mantém as relações Policiais X Criminosos.

Fazendo um paralelo entre o Eunápolis de 1990 e o atual, temos que na década de 90 o “menininho” brincava com o outro “menininho” de pique esconde e de “pau no litro”; no atual temos que o pique esconde termina em peneira de “menininho” e o “pau no litro” termina em “pau no lombinho”.

Deixando de “brincadeiras” e passando para o sério, a era que vivemos não é somente um acaso, mas sim um resultado do que é disponibilizado para os jovens/crianças/adultos que nos cercam. Sem hipocrisia de uma justificativa para o que acontece, mas vale lembra que na maioria dos casos o que sobrou foi orientação dos pais, mas o que faltou foram oportunidades para seguir as orientações adquiridas.

Portanto, o medo que nos cerca não é só um sentimento pelo que acontece, mas sim pelo que faz o que acontece acontecer! Somos sim restringidos a áreas extremamente delimitadas, gostaríamos de ir e vir em paz, porém, isso não nos é propiciados por falta de gestão, de verificação e principalmente por excesso neutralização. É cômodo eu ficar em casa assistindo ao Jornal Nacional e criticar o que aparece “bunitinho” na tela, mas o que eu estou fazendo pra mudar isso? Consumindo pão com café para pagar impostos a serem investidos na segurança? Senhor, sinto-lhe em persuadir-lhe mas isso não muda nada, só financia.
¹ intimidador.