sábado, 27 de setembro de 2008

Charlies Chaplin, simplesmente mágico...

Galera... esse cara é simplesmente o melhor no que diz respeito a interpretação e expressão corporal !!!
Vale de mais a pena conferir seus filmes que mostram inteligentes críticas ao mundo alienado pós Revolução Industrial... Confiram aí uma amostra de uma das muitas magníficas obras desse ícone... "Tempos Modernos"

Divirtam-se!!!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

domingo, 21 de setembro de 2008

Análise do livro “O país do carnaval” de Jorge Amado

lennon Pereira


Este livro inicia a considerada primeira fase de Jorge Amado como escritor. Esta fase caracteriza-se por denúncias políticas e problemas sociais, o que pode ser evidenciado nesta obra. Ha sempre uma grande crítica em volta dos costumes dos personagens que leva o leitor a reflexão de assuntos extremamente importantes, como a situação política do país e as relações sociais.

A primeira coisa que chama a atenção neste livro é o título. Por que logo: “O país do carnaval”? Este nos remete a um pré-jugamento do que o livro abordará em seu enredo, que na minha primeira visão seria a questão do carnaval como festa, folia e curtição dos brasileiros, mas veremos mais a frente se é isso mesmo que o livro relata.

Este conta à história de Paulo Rigger, um baiano que mora na Europa e retorna ao Brasil em um dia de carnaval. No início é festa, mas esse personagem é uma pessoa incompleta, que vive em busca de uma felicidade que para ele é quase impossível de se alcançar.

Ao envolver-se com uma garota, Paulo Rigger demonstra o preconceito que havia na época, em relação à mulher. Essa garota revela-o que não é mais pura e ele a renega severamente, não a aceita mesmo gostando dela.

Essa parte do livro é justamente uma crítica do autor para com a situação da mulher da época em que se passa a história. A mulher vivia repreendida, pois não podia dizer que não era mais “moça” devido o descaso que sofreria perante a sociedade da época, que nada tolerava em relação a estes assuntos.

Como havia pensado no início, através da reflexão sobre o título do livro, esta obra relata sim o carnaval como festa, mas vai muito além disso. O livro critica justamente o ritmo brasileiro de viver, de aceitar pacificamente as coisas erradas de governantes em troca de meros “benefícios” fúteis.

Na história, o povo é caracterizado como festeiro. Como pessoas que só elegem um governante que promove mais festas, que disponibiliza a diversão, entre outras. E é dessa forma que o autor torna explícito sua opinião acerca do Brasil.

O personagem Pedro Ticiano, caracteriza o brasileiro desanimado, desiludido com a vida e não acredita mais na felicidade. Este é sempre “do contra” e torna-se uma pessoa chata na história. A função deste personagem na obra é demonstrar que apesar dos sacrifícios, das decepções, nunca ninguém deve desistir. Este por ser uma pessoa desiludida, morre sem conseguir tornasse uma pessoa feliz, fazendo com que os seus amigos, dentre eles, Paulo Rigger, reavaliem seus conceitos e tomem consciência de que a felicidade é a gente que constrói, e não é só um pacote de dinheiro e festas.

O romance fala de como os intelectuais na época em que acontecia a Revolução de 1930 pensavam. Eram um paradoxo total, em alguns momentos incentivavam o seu acontecimento, e em outros se colocavam contra esta, o que no contexto demonstra à inconsistência da opinião do povo, o que caracteriza uma grande crítica da obra, a questão dos cidadãos não terem opiniões formadas, memória volátil, qualquer coisa faz uma reviravolta nas decisões destas pessoas.

A obra se finaliza quando Paulo Rigger retorna à Europa desapontado com a morte de Ticiano. Ele percebe que o que Ticiano pregava era extremamente errado, que é sim possível ser uma pessoa feliz. Ele Embarca no Rio de Janeiro, na mesma época festeira em que chega, a do carnaval. Mas o que torna interessante o desfecho do livro é o olhar de Paulo sobre os carnavalescos. Representa o sentimento de desprezo e revolta, pois ele considera o Brasil atrasado, que as pessoas que ali estavam eram reles robôs, que só viviam em função da diversão, que não pensavam em nada, qualquer coisa mudavam suas opiniões, que era literalmente um “País do Carnaval”.

O tempo que se passa a narrativa é marcado cronologicamente. Apresenta verossimilhança em todos os momentos da obra, caracterizando a sua atualidade, na qual mesmo que a obra esteja sendo acessada hoje, após 77 anos de sua primeira publicação pelo autor, torna-se uma coisa atual, que retrata o nosso dia-a-dia.

Acredito que seja uma excelente obra para pessoas que desejam boas leituras. O livro desperta um senso crítico fantástico ao leitor, no que diz respeito a posição diante dos embates políticos e a relação que se tem com a tão almejada felicidade que parece impossível de se alcançar, mas que com certeza não é inatingível assim.
O campo minado do preconceito

Lennon Pereira

O preconceito contra a mulher é um processo que se vem desenrolando há vários séculos. Se pararmos para refletir, desde a idade Média a mulher vem sendo hierarquicamente “submissa” ao homem, seja nos simples afazeres domésticos ou no trabalho fora de casa. Na Revolução Industrial do século XIII, por exemplo, é possível observar o quanto este sexo sofreu imposições e sanções de direitos, sem ao menos poderem reclamar e se posicionar diante destas, o que hoje, se pararmos para analisar minuciosamente, perceberemos que tal situação não é tão incomum na nossa realidade.

Na pós-modernidade em que vivemos, especula-se que estamos “evoluindo” cada vez mais. Mas será mesmo? No livro “preconceito com a mulher”, de Sandra Azeredo, pode-se observar que o ser mulher se tornou um objeto modelável para os homens, na qual, com a ditadura da beleza, se utilizam da imagem destas para alimentar os princípios capitalistas que regem nossas relações comerciais. Deste modo, há uma inversão de valores, na qual se emprega o conceito do desejo, cujo faz com que as próprias mulheres modifiquem o seu corpo em busca de um “ideal” que a mídia estipula, com intuito de serem aceitas por uma sociedade que a cada dia torna-se extremamente padronizada.


Contudo, pode-se destacar também a supervalorização do homem em relação à mulher no ramo do trabalho, na qual os “machos” ganham relativamente mais que as mulheres, sendo que os cargos de trabalho são os mesmos. Nas próprias relações conjugais pode-se ver essa desigualdade, cujo sexo masculino se vangloria economicamente perante os feitos domésticos das esposas. Mas em contra partida, sequer lavam seus pertences íntimos, como retrata o texto de Elisa Lucinda, “Aviso da lua que mênstrua”.

Assim, pode-se observar um enorme paradoxo, pois, ao mesmo tempo em que o homem se sobressai as mulheres, há uma íntima relação de dependência entre estes. Mas por que essa divergência e autoridade do sexo masculino, sendo que, mesmo que não queiram, dependem “delas”?

Há o que se pensar sobre a formação que temos desde que nos apropriamos dos primeiros instrumentos de entretenimento. Quando mamãe compra boneca pra sua filha e papai bolas de futebol pra seus filhos, estão intuitivamente demonstrando a estes que existem diferenças entre os sexos. Mas por que necessariamente o garoto tem que brincar de bola e a garotinha de cozinhar? Quem determina isso? Por que não pode ser o inverso?

No fórum do sexólogo Marcos Ribeiro, pode-se observar várias manifestações acerca desta temática. Um pai, por exemplo, deixa claro que seus filhos não brincam de boneca, pois isso os torna homossexuais. Esse discurso é de enorme insiguinificância, pois como o próprio sexólogo explica, essas experiências só enriquece suas visões de mundo, e o garoto ou garota que não tem esse contato, tem suas curiosidades despertadas, e isso sim influirá na escolha sexual deste indivíduo quando crescer.

Deste modo, é possível perceber que o preconceito é uma construção que se desenvolve desde quando o ser é pequeno, na qual os pequenos atos em seu meio de formação influem na sua maneira de pensar o mundo. Contudo, a o que se refletir sobre a influencia do meio em que vivemos cuja própria sociedade exerce sobre nossos pensamentos uma influência que muitas vezes nos tornam “cegos”.


De forma geral, precisamos analisar os valores que estamos tomando como base para nossas relações humanísticas. Quando deparamos com situações de extremo preconceito como músicas que agridem a imagem da mulher, nos omitimos! Isso é um problema, pois muitas vezes tomamos isso como natural. Uma mulher fazendo propaganda parcialmente pelada é normal! Mas quando esta trabalha como motorista, por exemplo, não é tão normal assim, por quê?

Precisamos no libertar das imposições que nos prendem a pensamentos pequenos, que nos remetem a ideologias e atitudes remotas, pois se não conseguimos formar nossas próprias opiniões, continuaremos a reproduzir o que os outros fazem e conseqüentemente, disseminarmos ao invés de combater o preconceito que está tão presente em nosso cotidiano.

Poema publicado no Audio-livro do CEFET-BA sobre o tema: 13 de Maio comemorar o quê?

Esconder transparecer


Lennon Pereira


Queremos nos libertar, está difícil

A cada dia enfrentamos

Um sacrifício

Os olhares

Nos condenam

Mudar é difícil

Mas não desistiremos


Em Barbacena dizem não existir preconceito

Enganam

O leigo

Especula-se

Somos todos iguais?

Se somos

Por que nos obrigam?

Ao desigual


O que é respeito?

Depende

De ter ou não ter

Dinheiro

Eu não sou respeitado

Será

Por representar os “desgraçados”?

Precisamos de espaço


A todo o momento somos sufocados

Nossos anseios

Jamais são ouvidos

Afinal

Não atendemos

Aos pré-requisitos


O garoto

Passa fome

Enquanto

As oportunidades de empregos

Expandem

Os efetivos empregados

São brancos

Os efetivos mulatos

São sonhos


Escondemos nosso preconceito

Insano

Mas sabemos que dele

Dispomos

E sem querer

Mostramos

O que não poderia ser

Estranho

Mas sim

Tristonho


O que fazer?

Lamentar-nos

Que tristonho

Matar?

Que medonho

Não tem como

Acabar

Sem nos

Opomos


hahahahah

sexta-feira, 19 de setembro de 2008



É feriado, vamos reagir!

Lennon Pereira


Nos últimos tempos é possível notar que a massa trabalhadora de nossa sociedade se tornou passiva. Em 1º de Maio de 1886, milhares de trabalhadores promoveram uma greve geral em Chicago, para reivindicarem seus direitos, marcando este dia como símbolo de “luta”. Porém, hoje isso se tornou uma banalidade, de forma que neste dia e nos demais do ano, os trabalhadores não reagem mais, não lutam pelos seus direitos, e só se utilizam deste feriado para lazer e diversão.

A partir de uma pesquisa, na qual se entrevistou o Sr. Givaldo Garcia e Sra. Aurenice Santos é notável que no feriado de primeiro de maio, os trabalhadores sabem o que representa este dia, mas não reagem, ficam simplesmente parados em casa utilizando este tempo como lazer, e as melhorias de trabalho que deveriam ser feitas, são jogadas sob responsabilidade dos governantes, que por sua vez acomodam-se na poltrona e nada fazem.

Toda essa questão não envolve só disponibilidade, mas sim problemas mais complexos. Se nos tempos atuais alguém como o carregador 35, “personagem” do texto “Primeiro de Maio” de Mário de Andrade resolvesse sair pelas ruas a procura de melhorias acerca do trabalho, certamente seria taxada de “sem que fazer”. Contudo, é possível notar que não é só uma questão de vontade, mas sim de coragem que precisamos ter para enfrentar os paradigmas que nos são impostos.

Deste modo, formamos cidadãos que aceitam facilmente as imposições hierárquicas que lhes são impostas, pois quando não cobramos dos nossos governantes ou “superiores”, estes nos impõem suas vontades e de nada podemos reclamar. Não tem como mudar as relações trabalhistas se os trabalhadores se omitirem e esperarem que “os outros” façam alguma coisa.

Contudo, precisamos tomar atitudes. Não adianta ficar em casa reclamando sendo que os interesses de melhorias são nossas. Os empregadores não têm interesse em diminuir as jornadas de trabalho e muito menos o salário. Não devemos nos omitir só por que muitos permanecem em casa descansando. Devemos ir à luta, pois se não nos movermos, com certeza os “papões” capitalistas “moveram seus pauzinhos”, e certamente não será a nosso favor.

Narração produzida tendo como mote o quadro "A vida" de Palo Picasso


As circunstâncias da vida nos fazem cometer tremendos erros em busca da felicidade


Em Vila Rica, cidade do interior de Macambira reside Lara. Menina de olhos negros e corpo desejado. Costuma ir de casa para escola e da escola para casa; sempre taxada como uma menina “certinha”.
Prefere estar em qualquer lugar, menos em casa durante a noite, hora em que seu padrasto chega do trabalho. Seu irmão, que a odeia está sempre na “balada”. Só pensa em curtir a vida. Trabalhar e estudar nem pensar.
Marieta sua mãe, se dedica integralmente à casa e ao sobrinho. Marieta é uma pessoa incompreensível e anti-social. Sempre que questionada, responde com quatro pedras na mão, e como se não bastasse, briga frequentemente com seu marido.
Lara tem que agüentar tudo isso diariamente, sem ao menos poder desabafar com sua mãe, que sempre a repreende. O jeito é recorrer a Nice e Pedro, seus melhores amigos de escola.
No dia 27 de Agosto, está em seu quarto fazendo lições de Física, quando alguém bate à porta. Já é tarde, e ela pergunta:
- Quem é?
- Sou eu Lara, abre aqui!
Ela abre a porta pensando que é seu irmão, mas surpreende-se, é seu padrasto.
- Oi linda, como vocês está? Vim te ver.
Surpreendida, fica sem palavras e não responde a indagação. Isso porque seu padrasto não era como os outros. Era um verdadeiro canalha, que sempre que podia, tentava abusa - lá sexualmente. E desta vez não foi diferente, ele tentou pegá-la à força!
A sorte de Lara é que tinha um abajur ao lado de sua cama, que ela usou para se defender.
No dia seguinte, Lara horrorizada, desabafa com seus colegas, que sempre a aconselhava contar tudo a sua família. Mas ela discorda, teme que todos não acreditem nela e a repreendam.
Alguns meses depois do acontecido, Lara fica sozinha em casa. Todos foram para uma confraternização na cidade. Ela pensa em ir à casa de Nice, porém desiste e resolve estudar um pouco. Para sua desgraça, depois de alguns minutos, ouve o barulho da chave trancando a porta do quarto. Ao virar-se, depara-se com seu padrasto, somente de cueca, sorrindo.

- Oi linda, vim te ver mais uma vez! [risadas sarcásticas]
- Me deixe em paz, vou gritar! me deixe!
- Nossa quanta raiva Lara. Por que você me trata assim, eu te trato tão bem! [irônico]

Desta vez ela não teve como se defender e aconteceu o que jamais poderia ter acontecido. Lara foi molestada como um cachorro.
No decorrer dos fatos, João, seu padrasto, a fez inúmera juras de amor. Ilude a pobre menina o máximo possível. Ela resiste, mas não consegue se defender e é tocada e abusada por um longo tempo. Mas para surpresa de João, a mãe e o irmão de Lara chegam.
Marieta e Carvalho (o irmão da menina) adentram na casa. João desesperado, fala para Lara arrumar-se rapidamente. A ameaça para que não diga o que acontecera, alegando que mataria toda sua família, caso contrário.
A mãe de Lara entra no quarto e vê João e a menina. Ela toda despida e ele parcialmente. Marieta chocada pergunta o que está acontecendo ali. João responde que pode explicar tudo.
Antes mesmo que continuasse Carvalho entra no quarto e vê a irmã naquele estado. Sem pensar, avança sobre o padrasto. Os dois começam a se agredir quebrando tudo dentro de casa.
Lara em um momento desesperado fala:

- Carvalho! Pare com isso! Você nunca ligou para mim, sempre me enxotou, me humilhou. E agora quer dá uma de irmãozão? Chega estou cansada!!!

Sua mãe interfere dizendo que ela está sendo injusta, que seu irmão está querendo protegê-la. Mas Lara não entende e continua:

- Você é outra, nunca ligou pra mim, sempre que te perguntava sobre algum assunto, sempre que desejava compartilhar minhas experiências com você, era retraída. Agora você vem dizer que eu estou errada. Chega, estou farta de tudo isso, sabe o que eu vou fazer? Vou sumir no mundo com meu amor, João.

Quando ela disse isso todos se espantaram. Seu irmão disse que estava louca, que estava estragando a sua vida, estava iludida. Sua mãe pediu encarecidamente para que não fizesse aquilo, mas ela decidida, e já se despedindo disse:

- Eu vou, e não é porque amo o João. Vou porque estou farta dessa vida, aliás, eu não vivo. Tomei essa decisão porque João é o único que apesar de tudo, me dá um pouco de atenção. Se ao invés de vocês me criticarem, tivessem feito um elogio que seja eu não estaria nessa situação hoje. Portanto vou sim, mesmo sabendo que posso me arrepender amargamente pelo que estou fazendo, mas pelo menos estou tentando me sobressair dessa vida miserável. Vocês não vivem e nem deixam o próximo viver também. Então, diante disso, desejo-lhes felicidades e quem sabe um dia voltarei aqui para visitá-los, tchau!

E dessa forma, a história termina, com sua mãe horrorizada com o sobrinho nos braços. Carvalho agachado no chão, inconformado. Lara nos braços de João, que por sua vez vangloria a conquista de uma moçinha inocente. Porém, mais tarde perceberá que de inocente, Lara não tem nada.